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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

LAGOA DE APODI : O DESASTRE ECOLÓGICO E O REFLEXO ECONÔMICO SOCIAL

Como é sabido, este principal santuário natural que compõe a bacia hidrográfica do Rio Apodi/Mossoró tem sofrido drasticamente pela poluição, decorrentes da falta de uma educação ambiental efetiva da comunidade, de um programa de recuperação de sua mata ciliar e pela introdução de cerca de 80% dos esgotos da cidade em boa parte de suas águas. Além do mais, três investimentos custeados pelo Governo Federal, que a invés de desenvolver a economia do município, se transformaram em prejuízos para a população, estão inseridos: a construção da barragem de Santa Cruz, calçadão da lagoa, a irrigação da Chapada do Apodi. A contaminação da lagoa não vem de hoje. Segundo os pescadores,a poluição refletiu na extinção de alguns peixes como o Urubaiana. Com a rede de arraste, ainda muito usada, não só vêm os peixes como também vêm latas, sacos, garrafas e pneus. Hoje, no entanto, é que os moradores que se localizam ao redor da lagoa podem vislumbrar seus lixos jogados e trazidos de volta pela água para frente de suas casas. Outros peixes como Pilapia, Cumatã, Cascudo,Tambaqui e Camgati foram extintos e hoje, com a Associação de Pescadores de Apodi, essas espécies foram repostas na lagoa, onde se encontram agora na piracema e chega-se a encontrar peixes com até 2 kg. Com a Associação de Pescadores de Apodi desenvolveram a criação de peixes que se localiza na barragem Santa Cruz. Com o apoio do Governo, com as gaiolas, a associação se fortaleceu e aumentou o numero de associados e vendas, visto que a população não compra peixes da lagoa mas compra se vier da barragem. No entanto, a qualidade da água da barragem não depende somente das chuvas, mas também da qualidade da água dos rios que desembocam nela, que por sua vez encontram-se vários trechos de rios com muitos sinais de contaminação, inclusive no Alto Oeste. O que verificamos são prejuízos para pescadores, apicultores e artesões que trabalha com palha de carnaúba, árvore que predomina na vegetação da região. Entende-se que prejudicando a lagoa estará prejudicando a produção do artesanato, que depende da palha de carnaúba para fornecer a matéria-prima para produção de urupemba, vassoura, bolsa, cestos e chapéus, uma herança cultural dos índios Paiacus, que predominavam na região. Por último a apicultura, que produz mel de abelha em 4.000 mil colméias nas margens da lagoa perde sua produtividade com a devastação da mata ciliar.
O que se evidencia é a falta de compromisso das classes políticas para a recuperação deste sítio natural de água. A população já se conscientizou sobre a péssima qualidade da água e sobre os riscos de doenças que ela oferece. Os apodienses tomaram sua iniciativa de recuperação e preservação, mas o processo necessita de um maior trabalho que envolve a descontaminação, saneamento básico e acompanhamento social das famílias que vivem no local.