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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Holocausto da SECA - O sofrimento bem perto de nós.

          Existem fragmentos da nossa história negligenciados pelos livros que até soam contestáveis quando a única fonte de acesso é a memória popular. Poucos momentos da História são tão enraizados na memória da humanidade quanto à construção dos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial (1930-1945). Um cenário de terror no qual milhões de judeus perderam a vida com requintes de crueldade, flagelo e exposição às mais extremas formas de humilhação.
         O que não está dito nos livros, porém, é que um pedaço do Brasil tem muito em comum com a Alemanha de Hitler, embora que em menor proporção.
Se na Europa de Hitler o objetivo era desafiar a ciência na tentativa de provar a existência de uma raça pura, para o Governo cearense a batalha era evitar que as vítimas da seca manchassem a imagem da capital, Fortaleza.
            Tudo começou bem antes da seca de 1932, com a chegada dos engenheiros ingleses para construção de uma grande barragem - uma grande obra, para amenizar a seca daquele pedaço de nordeste. O problema, no entanto, é que a obra não fora concluída e os ingleses regressaram a sua terra natal, deixando para trás casarões vazios e um canteiro de obras ameaçado a se transformar em mais um elefante branco do Governo. Por não ter o que plantar, as famílias ruralistas do Ceará voltaram a ser vencidas pelo desespero de não ter o que comer: tangidos pela fome e pela sede, a única esperança de sobrevivência para o homem do campo era tentar a vida na cidade grande, migrando em bandos  pelas ferrovias que cortavam o Estado.
        No entanto,  a estratégia para aglomerar 'os famintos' foi IMPIEDOSA, se valendo de todos os recursos e elementos necessários para atraí-los. O Governo organizou amontoados de miseráveis em uma região conhecida como Açude Patu, o Governo dizia que eles encontrariam comida, médico e moradia. O espaço transformou-se em um verdadeiro vale de suplício, sangue e sofrimento.

" Tem gente enterrada embaixo da minha casa, tem gente enterrada embaixo dos seus pés" Carmélia Gomes, testemunha viva do Holocausto.

PROPOSIÇÃO DO BLOG

Ótima matéria de Hugo Lima. Quem se curva a dor do Holocausto dos judeus precisa conhecer o Holocausto cearense, acostumado com a dor, a seca e o descaso. Recomendo ler a matéria na íntegra na revista Contexto, de Mossoró.




Gil. vaneide Holanda

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