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terça-feira, 5 de julho de 2011

Professor Tradicional X Professor Inovador

Na educação, de uma forma geral, ocorre uma prática (principalmente entre os alunos) de categorizar seus professores de acordo com os métodos utilizados ou o comportamento docente em sala de aula. Utilizamos um conjunto de características como ponto de partida para criarmos dois grupos de educadores: os tradicionais e os inovadores. Os primeiros acabam sendo representados como retrógrados, e suas características são apresentadas como comportamento negativo e mais comumente hostilizadas pelos alunos. Diferentemente do dito “professor inovador”, que dispõe de uma maior aceitação entre estes. Em meio a isso tudo, há algo muito importante a ser compreendido. De que forma foi construída tais representações? O que vem a ser tradicional? E o que é um comportamento conservador? Durante a ditadura militar, o ensino (da história, por exemplo) foi caracterizado pela construção do sentimento nacionalista. Nesse período também foi bastante presente a busca, empreendida por parte do Estado, de um professor caracterizado por sua forte autoridade, ao mesmo tempo conivente e submisso aos objetivos do Estado. Já na década de 80, período de transformações sociais (lenta redemocratização, crise econômica) o paradigma de educação se transforma. Assim, a partir de 80, o professor passa a ser melhor avaliado de acordo com sua capacidade de se opor ao perfil de educador tão almejado pelos generais presidentes. As mais simples práticas, comumente presentes em sala de aula durante a repressão (até mesmo o uso da oralidade pelo professor) passaram a ser associadas a um ensino tradicional. Como sabemos, o ensino é uma prática possibilitada pelas relações humanas. E as pesquisas e produções em educação, hoje, buscam nos ensinar a complexidade presente em tais relações ocorridas em sala de aula. Trata-se de um conjunto de fenômenos e comportamentos que são objeto de estudo de muitas pesquisas científicas e que provam a complexidade dos elementos presentes em sala de aula. Tais complexidades não são levadas em conta quando etiquetamos nossos professores em “tradicionais” ou “inovadores”. Determinados métodos “tradicionais” são necessários e presentes ainda hoje: a exposição do conteúdo oralmente; uso do pincel e quadro. E a rejeição a tais métodos também não fará do professor um inovador, que pode cair em armadilha ao tornar outros métodos cotidianos. Antes de tradicionais ou inovadores, prefiro referir-me a bons e maus profissionais. E estes se diferenciam não pelos recursos didáticos utilizados, mas pela capacidade de problematizar as disciplinas e gerar aprendizagem. Gildevan Holanda

Um comentário:

Nelson Maia disse...

Seu blog está maravilhoso, coerente e bem escrito.
Mas cuidado. A maioria além de burra é intransigente e corporativista.
Nessa terra de cegos quem tem um olho não é Rei não.É perigoso!