O PROFESSOR É UM SER POLÍTICO

O professor, sujeito indispensável no processo de aprendizagem escolar, é um personagem que desenvolve um complexo papel no exercício de sua profissão. É um facilitador de descobertas; animador e incentivador do desenvolvimento intelectual dos alunos; é um mediador, uma ponte entre o conhecimento e o sujeito do conhecimento; é um transformador da realidade. Todo professor é um ser político. Alguém que afeta o seu tempo e o futuro através de suas escolhas, seus propósitos educativos. O professor reconhecedor de sua função política reflete criticamente sobre sua prática, sobre o mundo e a ideologia dominante. Não podendo ser neutro, explicita seu posicionamento diante do que o circunda, desmascara a ideologia que dita todas as regras para o funcionamento da sociedade.

Outros pregam uma suposta neutralidade dizendo que o professor não pode assumir uma posição política, deve ser imparcial. Mas eles não compreendem que essa defesa já é uma demonstração de suas posições políticas nada imparciais, com certeza, ingênuas. Quando o professor não luta para alcançar mudanças significativas na sociedade, quando prefere o conforto de sua acomodação diante da cruel realidade enquanto põe a culpa de tudo em fatalismos, está levantando a bandeira da ideologia dominante, ainda que inconscientemente .

Todo profissional docente deve dedicar-se a investigar sua prática, suas escolhas, suas motivações.

Precisa construir a sua identidade autonomamente. Quando  isso não ocorre, suas ações docentes serão forjadas por uma força maior que almeja manter o status quo. Manutenção ou mudança; a impossibilidade de tudo ou a convicção de que mesmo gigantesco, nenhum obstáculo é eterno, são dois posicionamentos antagônicos presentes no universo da escola.

Texto de Gilvânia Holanda