Não é o que os meritocratas convictos gostariam de ouvir, mas uma pesquisa da escola de negócios da Hong Kong University of Science indica que a bajulação tem um efeito marcante no cérebro da pessoa bajulada.
Os autores são cautelosos ao afirmar
que puxar o saco funciona, mas é nessa direção que sua pesquisa aponta.
Elaine e Sengupta criaram situações nas quais os pesquisados foram
expostos à bajulação insincera e oportunista. Numa delas, distribuíram
um folder entre os pesquisados que detalhava o lançamento de uma nova
rede de lojas. O material publicitário elogiava o “apurado senso
estético” do consumidor. Apesar do evidente puxa-saquismo, o sentimento
posterior das pessoas foi de simpatia em relação à rede. Entre os
participantes, a medição da atividade cerebral no córtex pré-frontal
(responsável pelo registro de satisfação) indicou um aumento de
estímulos nessa região. O mesmo ocorreu em todas as situações envolvendo
elogios.
Segundo os pesquisadores, a
bajulação funciona devido a um fenômeno cerebral conhecido como
“comportamento de atraso”. A primeira reação ao elogio insincero é de
rejeição e desconsideração. Apesar disso, a bajulação fica registrada,
cria raízes e se estabelece no cérebro humano. A partir daí, passa a
pesar subjetivamente no julgamento do elogiado, que

Segundo Elaine e Sengupta, outro
fator contribui para a bajulação. É o “efeito acima da média”. Temos a
tendência de nos achar um pouco melhor do que realmente somos, pelo
menos em algum aspecto. Pesquisas com motoristas comprovam: se fôssemos
nos fiar na autoimagem ao volante, não haveria barbeiros. Isso vale até
para a pessoa com baixa autoestima. Em alguma coisa, ela vai se achar
boa, nem que seja em bater figurinha.
Mas se corremos o risco de
autoengano com a ajuda do bajulador, como se prevenir? “Desenvolvendo
uma autoestima autêntica”, diz Elaine. A pessoa equilibrada, que tem
amor-próprio, é mais realista sobre si mesma, aceita-se melhor e se
torna mais imune à bajulação.
Fonte: http://www.umaredacao.com/2011/12/redacao-unesp-2012-tema.html
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